Colhendo os frutos do Cerrado mineiro
- Comunica Extensão UFSJ
- 12 de dez. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de dez. de 2022

O programa “Árvores do Cerrado: Importância Educacional, Econômica e Social” vem, desde 2017, desenvolvendo as potencialidades ligadas aos frutos do Cerrado e ao cuidado com o bioma no município de Sete Lagoas. A proposta foi criada em auxílio à população e ao Poder Público, já que a Universidade Federal de São João del-Rei dispõe de equipamentos e disponibilidade para pesquisar sobre o assunto.
O Cerrado é um dos maiores biomas brasileiros, sendo extremamente diverso. Por meio do “Árvores do Cerrado”, a população consegue ter acesso a uma alimentação variada, de qualidade, de baixo custo e de alto valor nutricional promovendo, com isso, a preservação do bioma e a valorização da cultura alimentar local. A exploração do pequi, por exemplo, é a principal fonte de renda para muitos moradores da região. No entanto, vários frutos dessa vegetação ainda podem ser melhor explorados e aproveitados: a cagaita, a mangaba, o araçá e o araticum são alguns dos produtos que ressaltam a importância da preservação do Cerrado.
Os trabalhos do programa incluem não apenas a área da extensão como também têm ligação com os projetos de pesquisa da Universidade. É a partir do estudo das principais árvores frutíferas que os materiais e iniciativas sobre o Cerrado utilizadas com a comunidade são desenvolvidos. O professor Júlio Onésio, coordenador do programa, conta que “esse novo material auxilia os professores a trabalhar com esses alunos, integrando vários conteúdos, como História, Geografia, Ciências, Biologia e até mesmo Língua Portuguesa na temática, dando uma forma mais lúdica de ensinar educação ambiental dentro desses outros conteúdos”.
Desenvolvimento em fases
Uma das maneiras pela qual o “Árvores do Cerrado” alcança a comunidade é através da visitação em escolas públicas, onde promovem o tema meio ambiente para alunos do ensino fundamental e médio. “Nós vamos até eles de forma criativa e conjunta, levando conhecimento de áreas específicas com propriedade, e nosso campus está aberto para compartilhar conhecimento e para mostras de profissões”, declara a ex-bolsista do programa, Bruna Eduarda. Por meio desse contato, o “Árvores” também alcança as famílias dos estudantes, já que elas recebem as informações passadas por meio dos mais jovens. “Tendo conhecimento da importância de consumir frutos da estação e frutos locais, esses jovens vão comentar com os pais e com a comunidade”, afirma o professor Júlio.
Além disso, o programa pretende propor o desenvolvimento de produtos a partir dos frutos do Cerrado, disseminar as informações nutricionais deles para incentivar o consumo e estimular a produção e o plantio de árvores frutíferas desse bioma. O professor Onésio conta que a última fase da atuação do “Árvores do Cerrado” acontece "mostrando as potencialidades em desenvolvimento de novos produtos, agregando valor e mostrando que o Cerrado pode ser uma fonte de renda permanente para o pequeno produtor e produtor de frutos do Cerrado.”
Uma das experiências marcantes trazidas por Bruna foi a realização de minicursos voltados para a área, em setembro de 2022, que incluíram diversas guloseimas feitas com os produtos do Cerrado. Segundo ela, “a criatividade e a cooperação da equipe são fatores determinantes e marcantes na trajetória acadêmica e profissional.” Outro momento incluiu a elaboração de sabonetes com as frutas, que foram distribuídos para as crianças nas escolas atendidas.
Reconhecimento internacional
No final de 2021, o grupo recebeu aprovação no Edital de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do Projeto Rural Sustentável – Cerrado em parceria com o Reino Unido. O programa foi contemplado com uma bolsa para o desenvolvimento de produtos e tecnologias para a comunidade alcançada.
Luiza Tomey, bolsista do Comunica Extensão
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