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Mesclando diversão e aprendizado com os Pequenos Grandes Violinistas


O projeto de extensão da UFSJ “Pequenos Grandes Violinistas” (PGV), coordenado pela professora Sofia Leandro, promove aulas coletivas de violino para crianças de 3 a 12 anos, orientadas pela docente e por discentes do curso de licenciatura em Música da Universidade. O PGV, que surgiu da ramificação da ação da extensão “Educar Para Preservar”, proporciona aulas semanais de 30 minutos no Campus Tancredo Neves (CTAN) e incentiva o contato, desde cedo, com o instrumento e as relações interpessoais próprias do contexto da aprendizagem coletiva.


Devido à falta de exercícios ligados à musicalização antes da entrada do PGV, foi necessário incluir, durante as aulas, atividades que não tinham o instrumento como foco principal. De jogos de socialização a exercícios corporais e vocais, as brincadeiras se tornaram parte da rotina, contando sempre com a participação e orientação da coordenadora e dos professores bolsistas. As turmas foram distribuídas de acordo com a idade e o quanto os alunos dominavam o instrumento. Além das aulas coletivas em grandes grupos, eram oferecidas aulas de reforço a grupos menores de alunos, também respeitando os critérios de agrupamento por nível e idade, com inscrições em fluxo contínuo.


Em 2020, a pandemia pegou todos de surpresa ao trazer a necessidade de readaptar as atividades para uma realidade remota. Isso não foi diferente para o Pequenos Grandes Violinistas: as atividades do projeto tiveram que se adequar gradativamente a esse formato por meio da disponibilização de videoaulas no YouTube e de aulas por videoconferências, coletivas e/ou individuais, pensando na disponibilidade e nos interesses dos participantes. “Num momento tão delicado, em que as crianças foram fechadas dentro de suas casas, aprender violino foi certamente uma forma de suprir algumas necessidades de expressar emoções”, relata Sofia. “Refletimos muito em conjunto, professores do PGV e nossos parceiros da Orquestra de Cordas da UFLA, sobre como poderíamos transportar os objetivos de integração e socialização do projeto para o contexto remoto. Enquanto a universidade não se organizava, nós já estávamos planejando as estratégias para o ensino virtual. Experimentamos primeiro aulas individuais e rapidamente adequamos essas aulas ao formato coletivo, ainda que por videochamada.”


No concerto final do projeto, foram apresentadas três peças, arranjadas para possibilitar a junção das turmas participantes: D’où venez-vous, Perrine?, de Alexandre Metratone (1997); First Performance, de Katherine e Hugh Colledge (1988); e a Canção do Coelho (2014/2019), composta por Sofia. A incorporação das brincadeiras durante o processo de aprendizagem possibilitou que as crianças interagissem entre si e absorvessem melhor os exercícios passados. Essa aproximação também auxiliou para que os professores acompanhassem mais de perto os alunos e pudessem se comunicar com eles, desenvolvendo o que era aprendido coletiva e individualmente.



Uma metodologia familiar


O bolsista e professor do projeto, João Vitor de Oliveira Silva, explica que todo o processo de ensino é baseado na metodologia Suzuki, que tem como inspiração o aprendizado familiar e a observação da maneira natural como toda criança aprende a língua materna. Assim o PGV se desenvolve: um ensino por imitação e voltado à ludicidade, incentivando, desde cedo, o contato com o instrumento. “Criamos uma lista de brincadeiras, que podem ser utilizadas presencialmente e também no remoto e todas estão voltadas à música e ao violino. Ensinamos com histórias como segurar o violino, como segurar o arco e também utilizamos as palavras chaves, que muitas estão presentes no cotidiano das crianças e são usadas como auxílio para o aprendizado das figuras rítmicas que existem”, conta o professor.


As atividades entre as crianças são diversificadas. Desde exercícios com o instrumento à práticas de socialização, o PGV incentiva um aprendizado coletivo e próprio para o desenvolvimento de cada faixa etária. A bolsista e professora do projeto, Paloma Izadora Vieira, conta que “ensinamos cada etapa do processo aos poucos [...] e mudamos as estruturas das aulas de acordo com o decorrer do semestre e do desenvolvimento dos alunos”. Ela ainda acrescenta que os momentos de descontração proporcionam maior leveza pras aulas e instigam um espaço de aprendizagem acolhedor.



O impacto social do projeto


O Pequenos Grandes Violinistas estimula um contato direto com as famílias de São João del-Rei. Para Antonio Marcio Rodrigues, nascido na cidade e pai da aluna Maria Elisa, o projeto tem sido um incentivo importante para sua filha, uma vez que promove o convívio com outras crianças, desenvolve a capacidade de lidar com grandes públicos durante as apresentações e estimula o desenvolvimento da habilidade de concentração e da coordenação motora.


Ademais, as atividades musicais com as crianças têm surtido efeito no cotidiano das famílias e nas manifestações culturais da região. “O PGV tem afetado o dia-a-dia da cidade, levando as crianças e as famílias de São João del Rei e, possivelmente, cidades vizinhas, a frequentarem a UFSJ, seja durante as aulas ou mesmo durante apresentações. Não somente isso, o PGV insere as crianças e suas famílias nos eventos culturais na cidade, o que contribui para a formação musical dos pequenos e para as divulgações culturais na região”, completa Antonio.


Nesse contexto, o PGV amplia suas perspectivas futuras e, segundo a professora Sofia, continuará “a expandir o projeto na medida das possibilidades e esperamos que daqui por 10 ou 15 anos o impacto social seja visível e o alcance às comunidades mais vulneráveis seja uma realidade”.


Ficou interessado pelo PGV e gostaria de participar? O projeto disponibiliza um formulário de inscrição, disponível no link https://bit.ly/3ZD8mjO. Você também pode entrar em contato pelo Instagram e pelo e-mail (pequenosgrandesviolinistas@gmail.com) do projeto.


Clarice Muscalu, bolsista do Comunica Extensão


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